4 de setembro de 2024  

 easyJet revela que a modernização do espaço aéreo poderia reduzir 18 milhões de toneladas de CO2 por ano na aviação europeia

  • Uma nova análise da easyJet concluiu que o espaço aéreo ineficiente contribui para aumentos significativos e desnecessários no consumo de combustível, nas emissões de CO2 e no tempo de voo em toda a Europa.

  • A companhia aérea utilizou inteligência artificial para analisar e modelar o impacto do carbono resultante das ineficiências do espaço aéreo em todos os voos da easyJet nos últimos 12 meses.

  • Os resultados mostraram que, se o espaço aéreo fosse modernizado, a easyJet poderia, por si só, conseguir uma redução de mais de 10% das emissões através da modernização do espaço aéreo. Os países com maior necessidade de melhorias são o Reino Unido, a Itália, a França, a Espanha e a Suíça

  • A modelização mostrou também que o excesso de carbono está a ser libertado durante todas as fases do voo, sendo a fase de descida particularmente ineficiente devido à má conceção do espaço aéreo inferior perto dos aeroportos

  • A easyJet apela a uma reforma urgente para modernizar o espaço aéreo e aproveitar estes enormes ganhos de eficiência, que poderiam contribuir significativamente para os objectivos de descarbonização do sector.

 Numa iniciativa inédita, a easyJet calculou o impacto que a ineficiência do espaço aéreo na Europa está a ter nas emissões de CO2, numa tentativa de finalmente evidenciar a necessidade urgente e há muito esperada de uma reforma.

Recorrendo à inteligência artificial, a companhia aérea monitorizou todos os seus voos durante um período de 12 meses para compreender como a ineficiência do espaço aéreo está a afetar as suas operações e, por conseguinte, as operações de todas as companhias aéreas na Europa.

Os resultados revelaram que as ineficiências no espaço aéreo aumentaram as emissões de CO2 em 10,62% – o equivalente a 663.710 toneladas de CO2 – devido exclusivamente ao regime atual do espaço aéreo na Europa.

Aplicando esta análise a toda a aviação europeia, a easyJet estima que a modernização do espaço aéreo poderia ajudar a eliminar 18 milhões de toneladas de CO2 dos céus europeus a cada ano, um número que evidencia a dimensão desta oportunidade – uma solução que poderia resultar numa redução imediata e significativa das emissões de carbono na aviação europeia.

A análise, realizada por especialistas da equipa de Eficiências de Voo da easyJet, concluiu que uma parte significativa desta ineficiência ocorre no espaço aéreo terminal, particularmente durante a descida, resultado, em grande medida, de um espaço aéreo inferior desatualizado ou mal concebido.

Embora a ineficiência do espaço aéreo seja uma questão transversal a toda a Europa, as maiores ineficiências nas operações da easyJet ocorreram no Reino Unido, com 7 das 10 rotas menos eficientes a chegarem a Londres Gatwick, sendo o sudeste do Reino Unido uma área particularmente problemática devido à elevada procura e às restrições de capacidade.

 

No entanto, com o Reino Unido a ter jurisdição sobre o seu espaço aéreo, e com o novo Governo a comprometer-se no seu manifesto a apoiar a modernização do espaço aéreo do Reino Unido, existe esperança de que estas mudanças estejam mais próximas de serem implementadas do que nunca, posicionando o Reino Unido como um líder internacional na condução da reforma do espaço aéreo.

 

Os países com maior necessidade de melhorias são o Reino Unido, a Itália, a França, a Espanha e a Suíça. Por exemplo, nos voos entre Londres Gatwick e Malpensa, produzem-se normalmente 19% de emissões em excesso.

 

A rota mais ineficiente em cada um destes países:

 

PAÍSES

ROTA

Espanha/Reino Unido

Palma de Maiorca para Londres Gatwick

Portugal/Reino Unido

Faro para Londres Gatwick

Reino Unido/Itália

Londres Gatwick para Malpensa

Portugal/Suíça

Porto para Genébra

França/Reino Unido

Nice para Londres Gatwick

 

 

Fatores que causam as maiores ineficiências:

 

Como parte deste projeto, a easyJet realizou uma avaliação abrangente de todas as rotas aéreas*** utilizadas na sua rede, para identificar as áreas de maior ineficiência e onde é necessária uma reforma imediata. As maiores ineficiências incluem:

 

  • Subida – A análise identifica Londres Gatwick, Milão Malpensa, Genebra, Nápoles e Paris Charles de Gaulle como tendo as partidas mais ineficientes. Para melhorar a eficiência, o espaço aéreo deve ser redesenhado de modo a suportar as operações de subida contínua (CCO), permitindo que as aeronaves atinjam a altitude de cruzeiro de forma mais eficiente.

 

  • Cruzeiro – Os espaços aéreos superiores sobre Itália, Reino Unido, França e Espanha foram identificados como algumas das regiões mais problemáticas da Europa. Estas áreas enfrentam ineficiências significativas devido a procedimentos desatualizados, rotas complexas e flexibilidade limitada do espaço aéreo. Para melhorar a eficiência nestes espaços aéreos superiores, é crucial expandir as Operações de Espaço Aéreo de Rota Livre Transfronteiriço (FRA), permitindo rotas mais diretas e reduzindo o consumo de combustível.

 

  • Descida – As ineficiências são particularmente graves no Reino Unido, Itália, Suíça e França, onde os procedimentos de chegada resultam em tempos de voo mais longos e num maior consumo de combustível. Nomeadamente, as chegadas recentemente reformuladas em Londres Luton (LTN) e em Milão Malpensa (MXP) provaram ser menos eficientes do que os procedimentos anteriores, adicionando uma média de 10 minutos aos tempos de voo planeados. Estas ineficiências são frequentemente causadas por procedimentos excessivamente complexos que priorizam a carga de trabalho do controlador em detrimento da eficiência operacional. Para melhorar as ineficiências na descida, é essencial redesenhar os procedimentos de chegada com foco na redução das milhas percorridas, implementando Aproximações de Descida Contínua (CDAs) e minimizando os nivelamentos.

 

Como resolver o problema?

 

No Reino Unido, é necessário concluir o programa de modernização do espaço aéreo, com foco no sudeste, garantindo que exista uma entidade única responsável pela execução atempada do programa. Em toda a Europa, a easyJet planeia colaborar com países, Provedores de Serviços de Navegação Aérea (ANSPs) e aeroportos para identificar formas de resolver estas ineficiências.

 

É também fundamental assegurar as vitórias rápidas, como a implementação do Espaço Aéreo de Rota Livre no Reino Unido e em França – os últimos países a implementarem este sistema em todas as suas regiões e que proporcionariam melhorias imediatas na eficiência.

 

Para desbloquear o ganho de eficiência de mais de 10% nas operações do espaço aéreo, o modelo da easyJet indica que são necessárias mudanças estruturais para modernizar o espaço aéreo desatualizado e remover restrições históricas. As vitórias mais rápidas podem ser alcançadas através do redesenho dos procedimentos do espaço aéreo inferior, como as Rotas de Chegada Padrão (STARs) e as Transições, para melhor alinhamento com as capacidades modernas das aeronaves. A implementação de abordagens de Desempenho de Navegação Requerido com Autorização Requerida (RNP-AR) em mais aeroportos também trará melhorias significativas. Estes procedimentos, já implementados com sucesso na Escandinávia, oferecem rotas altamente previsíveis que evitam o sobrevoo de áreas densamente povoadas, reduzindo tanto a poluição sonora como o impacto ambiental.

 

Os ANSPs devem priorizar a implementação de ATS B2 Vigilância Dependente Automática por Contrato (ADS-C) para permitir Operações Baseadas em Trajetórias (TBO) bem antes do mandato de 2027, para atender à crescente procura por eficiência, segurança e sustentabilidade ambiental no espaço aéreo. O Centro de Controlo da Área Superior de Maastricht (MUAC) já implementou com sucesso esta tecnologia desde maio de 2022, demonstrando a sua eficácia na otimização da gestão do tráfego aéreo.

 

Johan Lundgren, CEO da easyJet, disse:

 

“A modernização do espaço aéreo é a maneira mais rápida e económica de reduzir as emissões de carbono, mas o processo está a ser travado por burocracia desnecessária.”

 

“Os nossos dados provam que os corredores aéreos que usamos hoje, construídos nos anos 1950, já não são adequados. Adaptá-los para serem mais eficientes seria significativo não só em termos de redução de CO2, mas também para os tempos de viagem e para melhorar a experiência dos passageiros”.

 

“Este assunto não pode ser adiado por mais tempo. Se queremos realmente alcançar a neutralidade carbónica, os legisladores e reguladores precisam unir-se para encontrar uma forma de desbloquear estes ganhos significativos, e agora.”

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